Ivan Aguilar celebra 30 anos de label!
   31 de maio de 2019   │     13:00  │  0

Ivan Aguilar celebra 30 anos de label com desfile-show no Centro de Convenções de Vitória

Paz de espírito para acalmar a fogueira de vaidades on-line: nova coleção aponta a bússola para a calmaria dos campos ingleses. A intenção é aplainar os ânimos de quem não consegue se desligar nem do whatsapp, nem das mídias sociais.

São 30 anos de estrada. O fashion designer Ivan Aguilar celebra essas três décadas de percurso com a mesma serenidade com que transita na moda masculina e, mais recentemente a feminina, com aquele espírito de garoto inquieto (igualmente constante) no desejo de arrasar: um fashion show, que ocorreu no 30 de maio às 20:30h, no Centro de Convenções de Vitoria, no qual apresentou a fornada comemorativa de 40 looks da label que leva seu nome. Foi a primeira vez que o estilista lançou uma coleção inédita no estado e cidade onde fincou raízes.

Fotos Camilla Baptistin

Para tanto, ele convocou o amigo de longa data Claudio Santana para produzir o desfile da coleção “Urban Folk”. O stylist, que já dirigiu runaway shows de brands importantes como Alexandre Herchcovitch, Osklen, Amir Slama e Samuel Cirnanscki, aterrissou direto em Vitoria após abocanhar a direção de passarela do DFB Festival.
Parte da renda foi revertida para a OSGADE, obra social Gabriel Delanne, organização não governamental sem fins lucrativos que cuida da educação, nutrição, cultura, esporte e lazer de crianças e adolescentes carentes em risco social, na comunidade de Novo Horizonte, em Cariacica, ES. Ultimamente, Ivan anda focando no engajamento. No Natal, ele arrecadou quase uma tonelada de material escolar para outra instituição na região da Serra Capixaba. “Essa postura é coerente com o caráter da minha trajetória, uma marca registrada da grife. Atuo em diversas frentes de amparo desde muito tempo”, afirma Ivan.
E a coleção? Urban folk por quê? É étnica? “Nada disso”, se apressa Ivan em deixar claro. Ele usa esse nome em virtude do que ele chama de slow life, movimento de se voltar para o campo para meditar, para se entregar à reflexão, ao respiro. “Até a renovação criativa vem daí”, comenta, em sintonia com a obra mais conhecida do filósofo e professor da universidade La Sapienza, em Roma, Domenico De Masi: “O ócio criativo” (Editora Sextante, 2000). “Existe um movimento global de retorno ao campo, ou pelo menos em direção daquilo que remete a ele; um neo arcadismo social decorrente do cansaço da vida frenética, da escravidão das mídias sociais, do excesso do whatsapp e seu esgotamento mental. Quando isso acontece, o homem se volta para a natureza”, aponta o designer. Segundo ele, é daí que ressurge essa atmosfera rural inglesa como ambiência de desejo.

Fotos Camilla Baptistin

Os blasers, calças, ternos e costumes clássicos se completam com a linha casual: jaquetas, bombers, shorts, pijamas e overcoats, que comparecem com o DNA do designer – perfeição no corte, destaque para o acabamento e a escolha dos tecidos, um must. Atenção para os forros em composê. Já as camisas vêm em seda com cores adamascadas.
Na cartela de cores, os terrosos da vez, numa mistura sinestésica: ocre, toffee, café au lait, nougat, conhaque, uísque, amêndoa, macadâmia, marzipã e cáqui são aquecidos por vermelhos queimados – merlot, laranja-raposa, brandy e licor –, ao lado dos neutros: cinza, estanho, preto, marinho. Como sempre, os prints são highlights na passarela: xadrezes – príncipe de gales, madras, tartans e até um tipo de padrão meio Burberry – saem na dianteira no protagonismo dessa coleção, arrematada por estampas geométricas e de monograma, que remetem aos anos 2000.

Fotos Camilla Baptistin

 Sobre Ivan Aguilar
Mineiro radicado no Espírito Santo, o estilista foca na alfaiataria de talho seco e preciso, combinada com sportswear, brincando com uma cartela de cores poderosa, entre gamas neutras e tons solares, e enfatizando o mix de lisos, texturas e prints. O estilo para ele é um badalo, na mesma proporção com que Paris é uma festa para Hemingway. Ivan flana na moda e na vida; sua criação é fruto de experiências degustadas por andanças pelo Brasil, pelo recanto de Pedra Azul, no Espírito Santo, no qual recarrega a bateria. E ao redor do globo, por onde circula com a delicada mineirice flapper de quem quer ter tempo a perder (ou ganhar!) com uma boa prosa, sorriso farto de menino estampado no rosto irremediavelmente bronzeado. Faz o que gosta, não necessariamente aquilo que acredita que vai bombar na quantidade, mas o que vai tornar o mundo muito mais bonito, na sua visão.

E assim segue pleno, agradando sua clientela (que sai com a satisfação em riste, de bochecha a bochecha), seja no prêt-a-porter ou no fatto su misura, até nas noivas que desenvolve com requinte, outro filão no qual atua. Sim, para ele, o life-style impera. Por isso, o designer mescla o rigor urbano de Saville Row com o dolce far niente da Itália. De preferência, aquela dos passeios classudos por Firenze, das promenades de Portofino, do mar azul da Costa Amalfitana ou do footing por dentre ruelas antigas de Taormina, na Sicília, no sopé das colinas que abraçam vinhedos ou descobrindo pequenas relíquias, boas surpresas como sua roupa.

Essa percepção de Ivan como um criador que traz o mundo como quintal para suas elucubrações estilísticas, quem diria, começou em micro escala, no âmbito do seio familiar: desde criança, lá pelos seus cinco ou seis anos, já acompanhava no ateliê de costura a mãe Manuela de Aguiar, modista conhecida na cidadezinha onde nasceu, por sinal, também chamada de Pedra Azul (MG). Ivan cresceu nesse universo singelo. Na adolescência trabalhou em butiques. Foi precoce. Aos 17 anos abriu sua primeira loja e, na maioridade, sua confecção, em funcionamento até hoje. Em 1988, resolveu se profissionalizar, levando a sério a carreira que abraçou e montando sua empresa.

Ivan Aguilar desfilou quatro anos na Casa de Criadores (2005-2008) e participou do Vitória Moda de 2008 a 2014. Ganhou projeção nos anos 2000, quando se tornou expoente da moda masculina no Fashion Rio. De lá para cá, veste de celebridades a políticos. Em seguida, caiu de cabeça na Semana de Modas de Miami (criando e coordenando as coleções da Sinesia Karol) e lançou em 2014 sua primeira linha feminina na New York Fashion Week, da qual faz parte até hoje do line-up de desfiles. Apaixonado pelo colorido e luminosidade do Rio, em 2016 mirou seu caleidoscópio cromático na Cidade Maravilha, se inspirando na obra da artista plástica Beatriz Milhazes numa coleção de verão que homenageou dois papas da moda carioca (e porque não dizer nacional?) dos anos 1970/80: Simon Azulay (Yes, Brazil!) e Luiz de Freitas (Mr. Wonderful) em desfile-show na escadaria do neoclássico Palácio Tiradentes. Parou o centro da urbe durante o Rio Moda Rio. Recentemente, abriu uma flagship em Vitória.

 

Informações para a imprensa
Alexandre Schnabl (21) 99055-8492 / 99486-8761
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