RONALDO SILVESTRE: HAND MADE COM CAUSA
   17 de agosto de 2020   │     15:27  │  0

O estilista Ronaldo Silvestre é mineiro de Itabira, uma pequena cidade no interior do estado, cidade conhecida por ser terra natal do poeta Carlos Drummond de Andrade.

“Fatores humanos fizeram com que eu me apaixonasse pela moda desde criança e escolhesse uma profissão em que eu pudesse transformar os caminhos e a vida de muitas mulheres em vulnerabilidade socioeconômica em nosso país. Sou filho de uma costureira, durante toda a minha infância eu via a minha mãe desmanchar calças de uniformes usados e costurar a mão para que eu e meus irmãos pudéssemos ter o que vestir” conta ele.

Ronaldo tem um trabalho de moda autoral que resgata a identidade artesanal brasileira, celebra o empoderamento feminino, a igualdade de gênero, a geração de renda e a preservação ambiental, fortalecendo da moda aliada ao Terceiro Setor como um grande agente de transformação e desenvolvimento social e sustentável.

“Em todas as coleções trabalho as metáforas da minha vida e as minhas percepções sobre o mundo, as pessoas e o futuro. Minhas roupas misturam estilos ora funcionais, ora delicados, ora de uma exuberância pontual — todas as peças são produzidas com resíduos têxteis doados de algumas tecelagens, criando roupas únicas e atemporais, fortalecendo o Artwear feito no Brasil, em uma ideia de design circular”, explica.

Depois de 20 anos longe de Itabira, ele retornou à terra natal para criar o Instituto ITI – Igualdade, Transformação & Inovação Social, uma ONG sem fins lucrativos que promove gratuitamente o resgate socioassistencial e socioeconômico para mulheres e meninas em vulnerabilidade social, com cursos de qualificação profissional e geração de renda nas áreas de costura, bordado, artesanato sustentável, gastronomia e artes criativas. Os resultados comprovam o sucesso do projeto que desde sua criação, já beneficiou a 350 famílias das comunidades atendidas.

E foi na sede do institudo onde aconteceu a apresentação da coleção RESSIGNFICAR (v.) para o DFB Festival 2020. “A plateia do desfile foi composta por aquelas que comigo, deram à luz a coleção: as costureiras, bordadeiras e ex-alunas do ITI” completa.

 

Desfile: