Como tradicionalmente acontece, a palestra de inauguração do salão de moda foi a do coordenador de Design e Pesquisa da Assintecal, Walter Rodrigues
O INSPIRAMAIS, salão que apresentou inovação para as indústrias de calçados, confecções, móveis e bijuterias entre os dias 23 e 24 de janeiro, em Porto Alegre/RS, proporcionou, além de negócios para os seus cerca de 150 expositores de todo o Brasil, muito conteúdo.
Ao longo dos dois dias de evento, foram mais de 10 palestras de profissionais renomados e especialistas em design, moda e sustentabilidade.
Walter Rodrigues palestrou sobre a pesquisa Intergeracional, que baseou a criação dos mais de mil materiais que foram apresentados durante o evento. Segundo ele, nunca na história da humanidade houve cinco gerações convivendo ao mesmo tempo. O fenômeno faz com que a moda não seja mais determinada por parâmetros etários e sim de consumo. Também apontou que aparecem os temas “Estimulante”, com materiais coloridos, excêntricos, com muitas texturas, volumes e brilhos; e o “Techform”, no qual aparece a contraposição, com itens mais funcionais e com propósito, superfícies lisas e acabamentos mais suaves, que trazem muitos aspectos tecnológicos agregados.
Na cartela há 30 cores, com destaque para as tonalidades de rosa, terrosos e azuis.
Também no primeiro dia, a palestra sobre o concurso ecoAR, conduzido pela Arezzo&Co em parceria da Quattro Projetos Culturais e com recursos da Lei Rouanet, teve destaque. A expo foi conduzida pela Head de Sustentabilidade do grupo, Suelen Joner e por Flavio Enninger.
Ainda na programação do dia 23, o indígena, pesquisador e designer Sioduhi Piratapuya apresentou a tecnologia Maniocolor, um corante natural à base de raspas da casca da mandioca.
INSPIRADOR
A sustentabilidade, nos seus pilares econômico, social e ambiental, é um dos principais focos de atuação do Sebrae. Pesquisa divulgada pelo órgão, no ano passado, aponta que 75% das micro e pequenas empresas brasileiras já adotam práticas sustentáveis para reduzir os impactos dos seus negócios no meio ambiente. Por isso o órgão marcou presença no INSPIRAMAIS, com a gestora Nacional de Moda Kamila Merle, que esteve no salão, destacando o avanço da cadeia produtiva da moda, em especial dos pequenos negócios, na área de sustentabilidade. Para ela, foram destaques o conteúdo promovido em apresentações na Arena de Inovação e o espaço do Hub Conexão Criativa, que apresentou trabalhos inovadores e sustentáveis de mais de 30 micro e pequenas empresas brasileiras.
ECOLOGICAMENTE CORRETO
O Grupo JR Soluções, com unidades em Birigui (SP) e Sapiranga (RS), reforça o projeto sustentável Fechando o Ciclo para 2024. A iniciativa pôde ser conferida durante o Inspiramais. O projeto piloto começou em 2018 e hoje está sendo oferecido a demais empresas calçadistas do Brasil, interessadas em melhorar seu processo de produção, incorporando práticas ESG em seus negócios.
O nome é oriundo do processo de reciclagem de um sapato, que até hoje tinha como destino o aterro sanitário. Com a iniciativa, o grupo, composto pelas marcas JClass JClass polímeros, JR Dublagens, Rede Transportes e JotaClass México, é um dos primeiros do mercado brasileiro a lançar a proposta de realmente ‘fechar o ciclo’ de logística reversa de um calçado 100% reciclável e reaproveitar o seu material para transformá-lo em um novo produto.
O Lona Pet é produzido 100% com fios de poliéster reciclado de garrafas e o Ecofit é composto por 90% de poliéster reciclado e 10% elastano. Os produtos podem ser utilizados como cabedal de calçados e na fabricação de bolsas, acessórios e forração, trazendo características como resistência, maciez, conforto, antimicrobiano, alongamento nos dois sentidos e aspecto visual liso.
A JR estuda ampliar, gradativamente, o recebimento de produtos de outras marcas calçadistas confeccionados com outros componentes e investir em máquinas de reciclagem que aumentem a lista de materiais permitidos hoje na Central de Reciclagem.
O diferencial dos produtos recicláveis pelo Grupo JR está exclusivamente na aplicação das tecnologias e tendências utilizada no processo, o que torna o produto final sustentável sem ter a ‘cara de sustentável’. De acordo com a designer Julli Luz, a empresa agrega todas as pesquisas de tendências que fazem com acesso a vários institutos de pesquisas. “A partir das nossas pesquisas, que são bem profundas, cruzamos várias informações e filtros, que vão desde estamparia, tecidos que estão usando a tipos de acoplagens diferentes”, frisa.
Segundo a designer, geralmente, os artigos sustentáveis confeccionados com materiais recicláveis tem um paradigma negativo de resultarem em itens não bonitos e de não serem tão atrativos no design. “A JR faz exatamente o inverso, pensando em um design inovador e tecnologico, principalmente, em tecidos e estamparias, para que esse produto não resulte em um tecido com características de sustentabilidade”. Aliamos o que está vindo de tendência para aquela estação e fazemos a união com materiais para propor algo inovador e com design diferenciado.
Aliado a estes diferenciais, o Grupo JR conta com maquinário de ultima geração, proporcionando marcas e clientes a desenvolverem suas próprias estampas.
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